A história do óleo de Ojon é profundamente enraizada nas tradições das comunidades indígenas da América Central e da região amazônica, onde o conhecimento sobre seus benefícios transcendeu gerações. As propriedades excepcionais do óleo, extraído da noz da palmeira Elaeis oleifera, foram inicialmente descobertas por estas culturas ancestrais, que valorizavam o óleo tanto por suas aplicações medicinais quanto por suas virtudes cosméticas.
Dentro dessas comunidades, o óleo de Ojon era mais do que um simples produto; ele assumia um papel central em rituais e cerimônias de cura, simbolizando pureza e força. Era frequentemente utilizado para revitalizar tanto o corpo quanto a alma, refletindo sua importância espiritual e física.
Especificamente entre as mulheres, o óleo de Ojon era um tesouro passado de geração em geração, utilizado para nutrir e embelezar o cabelo. Este ritual de beleza, compartilhado entre mães e filhas, garantia que o cabelo permanecesse forte, brilhante e saudável, consolidando o óleo de Ojon como um elemento indispensável nas práticas de cuidados pessoais dessas comunidades.
Um aspecto fascinante da palmeira Elaeis oleifera é seu ciclo de vida único, particularmente o fenômeno da procumbência. Quando a planta atinge cerca de 15 anos, seu caule (estipe) inclina-se até tocar o solo, enquanto a coroa de folhas permanece ereta, orientada para cima. Este processo permite o surgimento de novas raízes a partir da coroa foliar, ao mesmo tempo em que o caule original se decompõe lentamente, dando espaço para o crescimento de um novo caule. Esse comportamento peculiar da planta, que sempre tomba para o mesmo lado, originou o nome "caiaué", que significa “planta que anda” na língua dos povos indígenas, ilustrando a relação simbiótica entre essas comunidades e seu ambiente, bem como seu profundo entendimento dos ciclos naturais.
